segunda-feira, 21 de maio de 2018

Bolsa americana Nasdaq notifica a megalixeira Estre Ambiental pela não apresentação do balanço

A bolsa americana Nasdaq notificou a megalixeira brasileira Estre Ambiental pelo descumprimento de uma das obrigações fundamentais para a colocação de suas ações em pregão, a apresentação do balanço referente ao ano de 2017. No ano passado, a Estre Ambiental SA, uma sociedade anônima organizada sob as leis do Brasil, formou com a americana Boulevard Acquisition Corp II., veículo de investimento do Grupo Avenue Capital, a empresa "Newco" nas Ilhas Cayman, que passou a ser denominada Estre Ambiental Inc. A Estre Ambiental Inc. (do ingês "incorporated") tem como acionistas a Estre USA, da Boulevard Acquisition Corp, com participação de 56,6% das ações ordinárias emitidas e em circulação, e por 43,4% pertencentes aos acionistas iniciais da Estre Ambiental S.A. (leia-se Wilson Quintella Filho, BTG Pactual Principal Investment FIP MULT, Gisele Mara de Moraes, AG ANGRA Fundo de Investimento em Participações, Wilson Ferro de Lara, FIP Turquesa Mult I.E. e Iron FIP). Em dezembro de 2017, a Estre Ambiental Inc, controladora da Estre Ambiental S.A. (Brasil), promoveu a abertura de capital na NASDAQ. No pregão da bolsa americana passou a ser designada por NASDAQ: ESTR. NASDAQ Stock Market ou simplesmente NASDAQ (acrônimo de National Association of Securities Dealers Automated Quotations; em português, "Associação Nacional de Corretores de Títulos de Cotações Automáticas") é um mercado de ações automatizado norte-americano, onde estão listadas mais de 2.800 ações de diferentes empresas.. É o segundo maior mercado de ações em capitalização de mercado do mundo, depois da Bolsa de Nova York (NYSE - New York Stock Exchange).

Esta não é a primeira fez que a Estre Ambiental S.A. busca a abertura de capital no mercado de ações. No Brasil, o antigo proprietário (o ex-megalixeiro Wilson Quintella Filho, hoje proibido sequer de entrar nas instalações da empresa, e com todos os funcionários proibidos de conversar com ele, desde a eclosão da Operação Descarte, pela Polícia Federal) sabia que a Estre Ambiental S.A. não teria investidores para comprarem suas ações ordinárias. Um dos motivos, o principal, para essa dificuldade de encontrar investidores no mercado nacional é o alto comprometimento do grupo megalixeiro em crimes, entre eles a lavagem de dinheiro apontada pela Policia Federal e Receita Federal, e em delações na Lava Jato de Curitiba. A saída além do endividamento da Estre Ambiental S.A. era a venda a um fundo de investimentos nos Estados Unidos, o que acabou acontecendo. 

A Carta de Inadimplência enviada pela Nasdaq para a Estre Ambiental Inc notificou esta companhia, de que ela se encontra em desconformidade com os requisitos para listagem continuada estabelecidos na Regra de Listagem NASDAQ 5250 (c), porque não arquivou seu relatório anual no Formulário 20-F para o ano findo em 31 de dezembro de 2017 (“Relatório Anual 2017”). Essa notificação da Nasdaq para a Estre Ambiental Inc, de inadimplência com o arquivamento do “Relatório Anual 2017”, demonstrações financeiras, ocorreu no último dia 11 de maio de 2018. A “carta de inadimplência” obriga a Estre Ambiental Inc a dar conhecimento público da ocorrência. A companhia fez  o comunicado ao mercado, como estava obrigada a fazer, em inglês, somente sete dias depois de ter sido notificada, informando que no próximo dia 30 de maio de 2018 realizará uma coletiva de imprensa para a divulgação do “Relatório Anual 2017”. 

Certamente os investidores e interessados estarão atentos a essa coletiva e a divulgação das demonstrações financeiras de 2017, haja visto que a Policia Federal apontou uma lavagem de dinheiro por empresa do grupo Estre Ambiental SA, a SPE (sociedade de propósito específico) SOMA – SOLUÇÕES EM MEIO AMBIENTE LTDA., CNPJ 14.758.018/0001-61, nome fantasia de CONSÓRCIO SOMA – SOLUÇÕES EM MEIO AMBIENTE, empresa que tem sede na avenida Aricanduva, 9800, São Mateus, São Paulo/SP, dizendo que a Soma “dissimulou a origem ilícita do valor total de R$ 100.549.848,00, (cem milhões e quinhentos e quarenta e nove mil e oitocentos e quarenta e oito reais), por meio da simulação da aquisição de diversas mercadorias para utilização como insumos para sua prestação de serviços (detergente, sacos de lixo, uniformes, tinta em pó etc.), desde o início de suas operações (2011), por meio do emprego de empresas inexistentes de fato, sem comprovação da existência mínima das mercadorias alegadamente adquiridas”. Ou seja, praticou uma gigantesca fraude contra o cofre da prefeitura de São Paulo, na execução do processo de limpeza da cidade. Tudo isso está contido no processo nº 0009644-33.2017.403.6181 - incidental ao Inquérito Policial nº 279/2015-11. Nesse processo, a Polícia Federal ingressou na Justiça com pedido de MEDIDA CAUTELAR – PRISÃO TEMPORÁRIA E BUSCA E APREENSÃO junto a 2ª VARA FEDERAL CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO/SP). Os alvos eram o consórcio Soma, a empresa Estre Ambiental SA e seu ex-proprietário, o ex-megalixeiro Wilson Quintella Filho, que teve seu apartamento mansão, no Itaim Bibi, em São Paulo, invadido pela Polícia Federal com ordem judicial.  Wilson Quintella Filho escapou por pouco da prisão, pedida pela Polícia Federal e negada pela Justiça Federal. Ele é um criminoso reincidente, já que foi investigado, assim como a Estre Ambiental, na Operação Lava Jato, por desvio de recursos da Petrobras e pagamentos de propinas. Wilson Quintella Filho e a empresa Estre Ambiental SA foram alvos de busca e apreensão. Na Lava Jato, Wilson Quintella Filho fez delação premiada, após ter sido alvo de investigação por delação premiada de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro. Como se vê, Wilson Quintella Filho e a Estre Ambiental SA são reincidentes na criminalidade..

A situação da empresa Estre Ambiental S.A. é gravíssima. Por consequência, contamina a sua controladora, a Estre Ambiental Inc, que não comunicou a Nasdaq, e muito menos a “Securities and Exchange Commission” (Comissão de Valores Mobiliários - SEC), agência federal dos Estados Unidos que detém a responsabilidade primária pela aplicação das leis de títulos federais e a regulação do setor de valores mobiliários, as ações da nação e opções de câmbio, e outros mercados de valores eletrônicos, e que agora terá que divulgar a “Lavagem de Dinheiro” promovida entre os anos de 2011 e 2017, conforme Processo nº 0009644-33.2017.403.6181 - incidental ao Inquérito Policial nº 279/2015-11, ingressou com pedido de MEDIDA CAUTELAR – PRISÃO TEMPORÁRIA E BUSCA E APREENSÃO junto a 2ª VARA FEDERAL CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO/SP, e que atinge as gestões entre 2011 e 2017, presidentes Elio Cherubini Bergemann, Fernando Ribeiro Bau, Wilson Quintella Filho e Sergio Messias Pedreiro. É muito forte a possibilidade de uma representação nos Estados Unidos acarretar o cancelamento em definitivo da venda das ações da Estre Ambiental Inc. Se isto ocorrer, representará a falência do megagrupo lixeiro, que está muito endividado, precisando de aportes financeiros e sem encontrar apoio no mercado. 

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